sexta-feira, 27 de abril de 2007

Compreensão e resumo

O blog pede compreensão aos seus leitores pela falta de publicações nesta semana. Espero que corrijamos essa nossa falha organizacional para que tenhamos, ao menos um texto por dia. Neste texto, pretendo fazer uma rápida síntese de alguns acontecimentos desta semana.

Desculpas à parte, a semana foi repleta de novidades, como de costume. Nosso presidente ensaiou mais algumas piadas. A que me recordo mais claramente concerne à promessa de que América do Sul terá sua moeda até 2010. Ahahah!! A Europa levou cerca de cinqüenta anos para atingir este nível de integração econômica. Mas para Lula bastarão 4 para chegarmos lá, posto que o Mercosul deixou de ser há muito um bloco econômico. Ou seja, teremos que voltar a constituir um bloco, para, então almejarmos a União Econômica – nível de integração que possui, entre outras características, a moeda única.

Tivemos o desenrolar do caso Diogo-Franklin, no qual o Juiz admitiu ter produzido um rito processual diferente daquele expresso em lei. Em outras palavras, ele assumiu que cometeu ilegalidades no transcorrer processual. Na verdade, ele transbordou o texto de aspas para poder eximir-se de qualquer interpretação fora do seu gosto e, ao mesmo tempo, dizer o que de fato fez para que a sentença fosse de conhecimento de Franklin e não de Diogo.

Recordo ainda o caso da falsa greve dos funcionários do Metrô que houve em São Paulo, que por sinal foi muito bem desarticulada pelo secretário José Luiz Portella. Esta greve seria para defender o veto do presidente Lula à Emenda 3. É...!, aquele veto que trata de enfiar a mão no bolso das pessoas jurídicas prestadoras de serviços e que trabalham formalmente, pagando seus impostos.

O Brasil possui cerca de 54% de trabalhadores informais e o governo ainda quer fazer com que os formais tornem-se informais, pois será o que vai acontecer caso o veto não seja derrubado pelo Congresso. Os leitores devem estar se perguntando: mas o que os metroviários têm a ver com isso tudo? Nada. Então por quê eles iriam fazer greve? Porque o sindicato os orientou para a greve. Por que então o sindicato queria que os metroviários fizessem greve? Para que a cidade de São Paulo sofresse, e que este sofrimento fosse atribuído ao Congresso ou ao governo de São Paulo, onde caísse estava bom. Só que o leitor atento ainda está com a pulga atrás da orelha. Ainda não enxergou o verdadeiro motivo. Pois lhes digo. Toda essa suposta mobilização tem de interesse último abocanhar parte dos salários dos atuais prestadores de serviço via imposto sindical, quando estes, e se estes, deixarem de ser tidos como prestadores de serviços e passarem a ser considerados empregados na forma da CLT.

Não posso deixar de citar o caso em que o comentarista Arnaldo Jabor foi avisado de que seria processado pelos deputados, segundo o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. É isso mesmo! Depois de Diogo Mainardi, agora será a vez de Arnaldo Jabor. Deixe-me explicar um pouco o contexto que fez com que o presidente da Câmara desse este aviso ao comentarista. No comentário de terça-feira feito na CBN, Jabor referiu-se aos gastos dos parlamentares com combustível durante os meses de fevereiro e março que atingiu a incrível cifra de R$ 11,2 milhões de reais. Fazendo algumas continhas chegamos a conclusão de que eles consumiram cerca de 4.087.591 litros de combustível. Vamos lá: quatro milhões e oitenta e sete mil e quinhentos e noventa e um litros de combustível. Jabor repetindo os cálculos dos repórteres Guilherme Scaranzi e Silvio Amorim de O Estadão, afirmou que “os deputados teriam gasto um milhão de litros de gasolina”.

Enfim, o fato é que seria muito combustível. Nessa estimativa menor teríamos, segundo Jabor, que os deputados percorreram algo em torno de 250 voltas no mundo ou viajado a Lua 15 vezes. Nessa conjuntura de avaliação o cineasta chamou os deputados de “canalhas”, sendo este, portanto, o motivo pelo qual querem processá-lo.

Creio que este último parágrafo deva ser mais aprofundado, e tratarei sobre cerceamento de liberdade de imprensa e de expressão em outro tópico.

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