segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Café com o petralha-mor

Abaixo, em vermelho, Lula no seu programa de rádio. Nós em azul

"Eu penso que está na hora de as pessoas pensarem um pouco no país ao invés de pensarem apenas nas próximas eleições ou pensarem em marcar posições. [...] Tem o tempo para fazer o discurso, tem o tempo para marcar posição e certamente alguns senadores não estão sabendo o que o dinheiro da CPMF causa de benefício nesse país. É importante lembrar que, este ano, 40% do orçamento do Ministério da Saúde vêm de dinheiro da CPMF."

Não era bem isso o que o PT e o petralha-mor achavam quando estavam na oposição. O Brasil vivia uma pindaíba fiscal e nosso amigo foi visceralmente contra a CPMF.
Se não exterminarmos a CPMF quando temos recorde de arrecadação, inflação controlada, moeda valorizada e reservas bilionárias, quando vai ser?

"Eu quero saber quem vai explicar para os prefeitos do Brasil, para os governadores do Brasil e para os pacientes do SUS [Sistema Único de Saúde] a hora que não tiver o dinheiro para fazer essa quantidade de atendimento"

Vendo assim, a gente fica pensando que não existia SUS antes da CPMF. Vocês acham que depois dela, o atendimento melhorou? É uma piada de mau gosto.

"De vez em quando eu vejo o discurso de alguns senadores dizendo que ao não aprovar a CPMF vão criar problema para o governo. Não vão criar problema para o governo, vão criar problema para a sociedade brasileira."

Ou seja, o PT na oposição só fez criar problemas para a sociedade.

"Eu acredito que na hora de votar, falará mais alto a consciência de cada senador em função do que representa o dinheiro da CPMF não apenas para o Estado brasileiro, mas, sobretudo, para a saúde."

Pena que o PT nunca teve consciência quando foi oposição - justamente quando a CPMF foi necessária. Neste ano, o governo arrecadou R$56 bilhões a mais do que imaginava no fim do ano passado. É absolutamente cristalino que podemos prescindir deste imposto.

sábado, 17 de novembro de 2007

Está sobrando dinheiro, e muito!!!!

Do Blog do Josias, mais uma vez:

Governo dará R$ 10 milhões para nova sede da UNE

"Em 31 de outubro de 2007, dirigentes da UNE foram recebidos por Lula. Pediram socorro ao governo. Um socorro monetário. A entidade estudantil quer dinheiro para pôr de pé sua nova sede, no velho terreno da Praia do Flamengo, no Rio. O projeto foi cedido por Oscar Niemeyer. Estima-se que vai custar algo como R$ 40 milhões. O governo está disposto a pingar no canteiro de obras, segundo apurou o blog, entre R$ 9 milhões e R$ 10 milhões.

Numa tentativa vã de evitar que a doação ganhe o noticiário na forma de um “cala boca” do governo, decidiu-se engendrar uma manobra. O Planalto encomendará a congressistas associados ao consórcio partidário que dá suporte a Lula no Legislativo emendas que injetem no Orçamento da União os repasses à UNE.

A UNE obteve, em maio deste ano, a posse definitiva do terreno da Praia Flamengo. Presenteado por Getúlio Vargas à entidade no início da década de 40, o prédio que servia de sede da UNE ardera em chamas no ano da graça de 1964, alvorecer da ditadura. E fora demolido em junho de 1980, por ordem dos militares. Invadida, a propriedade convertera-se em estacionamento.

Os estudantes foram à Justiça e, seis meses atrás, celebraram o anúncio de uma sentença que reconhece o direito da UNE à posse do terreno. Falta-lhe agora a verba para erigir o prédio de 13 andares desenhado nas pranchetas de Niemeyer. Cumprida a promessa de Lula, restará o desafio de coletar R$ 30 milhões. Pretende-se angariar fundos com uma campanha nacional de coleta. Anseia-se também pela ajuda de empresas estatais."

Por que 8 anos se podemos ter a felicidade eterna?

Extraído do Blog do Josias, da Folha online:

"O projeto de poder do “democrata” Hugo Chávez inoculou na cena política latino-americana uma interrogação incontornável. O Brasil, por exemplo, já se pergunta: por que só oito anos? Os argumentos que Lula usou para defender o direito de Chávez à presidência eterna são os mesmos que um naco do petismo usa para justificar a continuidade de seu guru.

Ora, se a presidência de líderes como Chávez e Lula é a condição para o sucesso, por que devemos estipular um prazo fixo para o êxito? Não, não. Absolutamente. Nada de condicionar os interesses maiores da nação e o direito do povo à felicidade suprema a uma formalidade eleitoral.

O princípio da alternância no poder serve para trocar o que deu errado. E Chávez, como bem realçou Lula, deu certo, muito certo, certíssimo. Tanto que “a Venezuela já teve três referendos, já teve três eleições não sei para onde, já teve quatro plebiscitos. O que não falta é discussão.”

Não é sem razão que o compadre Devanir Ribeiro (PT-SP) defende a concessão de poderes a Lula para convocar, também ele, plebiscitos no Brasil. Que o povo diga o que quer. Justo, muito justo, justíssimo.

Afinal, Lula também deu certo. Que o digam as pesquisas de opinião. Ainda que permaneça no Planalto por 12 anos, 16 anos, 20 anos, terá sido por mérito. Jamais se poderá tachá-lo de autocrata. Está-se lidando com o velho e bom líder sindical, pedra no sapato da ditadura, democrata inconfundível.

Sob Lula, o Brasil parece ter alcançado o governo dos três is: ideal, infalível e insubstituível. Coisa definitiva. Para um governo assim, a democracia não é senão um estorvo. Lula fez muito bem em comparar:

“Por que ninguém se queixou quando Margaret Thatcher [ex-primeira-ministra britânica, que deu as cartas entre 1979 e 1990] ficou tantos anos no poder?” E o Felipe González, “que ficou tantos anos”? Por que “ninguém se queixa do Helmut Kohl, que ficou quase 16 anos?”

Esqueçam-se os detalhes. Grã-Bretanha, Espanha e Alemanha são parlamentaristas. Os primeiros-ministros não têm mandatos fixos. Podem ser destituídos num estalar de dedos. São países que convivem com regras constitucionais sólidas. Detalhes. Em nome da felicidade, ninguém pode se queixar de Chávez, hoje –ou de Lula, amanhã.

Entre nós, só dois tipos de pessoas reclamam do cheiro de terceiro mandato: 1) os brasileiros que ainda não estão preparados para a felicidade; e 2) as viúvas de FHC, enciumadas por só ter tido oito anos, os quatro últimos adquiridos na bacia das almas do Congresso.

Sob Lula, o governo chegou a um grau de perfeição tão eloqüente que o brasileiro já nem precisa apoquentar-se com o velho problema do uso da máquina do Estado em anos de eleição. Na semana passada, a Câmara aprovou medida provisória que autoriza o governo a distribuir livremente as verbas do PAC durante a refrega municipal de 2008.

Golpe baixo, gritou a oposição, ameaçando promover uma rebelião no plenário do Senado, às voltas com a votação da emenda da CPMF. Bobagem. O Estado ideal de hoje há de cuidar para que o cidadão seja protegido contra os abusos do Estado pecador de ontem.

De resto, a eleição de um vistoso bloco de prefeitos “aliados” vai tonificar o projeto da re-reeleição, seguida da re-re-reeleiçao. E, quem sabe, da re-re-re-reeleição. Bem verdade que Lula já disse que não quer. Mas a felicidade eterna que um governo definitivo pode proporcionar ao povo não pode sujeitar-se à vontade de um líder democrata. Dando-se 12 anos a Lula, ele terá a oportunidade de provar que, assim como Chávez, não é o tipo de político que quer 16 anos. Entregando-lhe 16 anos, aí mesmo é que o país vai saber o que é desapego ao poder."

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Lula Confirma Sua Idolatria Por Chavez

Esse governo não tem fundo do poço. Petista que se preze, sempre cava um pouco mais. Assim se portou nosso presidente na tarde de ontem. Inquerido sobre o comportamento do ditador venezuelano, Lula foi de uma clareza assutadora:"Podem criticar o Chávez por qualquer outra coisa. Inventem uma coisa para criticar. Agora, por falta de democracia na Venezuela, não é."

É, amigos. Nosso professor de democracia considera que governar por decreto, reeleição perpétua, quebra de sigilo eleitoral, demissão de juízes, desrespeito à propriedade privada, fechamento de órgão da imprensa e tantas outras sandices cometidas pelo bufão venezuelano são perfeitamente democráticas. Mas não é mesmo de assustar. Eles são adoradores de Fidel Castro - aquele que manda os adversários para o paredón. Chavez tinha mesmo que ser ídolo dessa gente.

O problema é que a fala do imperador esconde algo ainda mais nefasto para nós: quando questionado sobre terceiro mandato, Luís XIII tem dito aos quatro cantos que "não se brinca com a democracia". Pois é. Para ele, nem o ditador da Venezuela está brincando com a democracia. Portanto, amigos, a fala de Lula é uma confissão. Terceiro mandato, quarto mandato, quinto, milésimo mandato, tudo isso é democrático, pois na cabeça do cínico, a Venezuela é uma democracia perfeita, já que algumas coisas são decididas por referendo.

Não é. Democracia é antes de tudo, o respeito pelas instituições. Chavez não respeita o congresso, não respeita a justiça, não respeita a propriedade privada e não respeita a imprensa. Vou ser mais claro: mesmo que a maioria absoluta do povo autorize o desrespeito a estas instituições, nunca se fará um regime democrático desta forma, mas sim, um regime totalitário. A voz do povo nem sempre é a voz de Deus. Foi o povo que mandou Jesus para a cruz. É por isso que existem instituições.

Prova do que eu afirmo é a seguinte: Lula e sua corte planejam um plebiscito sobre terceiro mandato, mas por que não passa pela cabeça destes valentes um plebiscito sobre a CPMF? Por que não consultam a população sobre diminuição da maioridade penal? Por que não questionam sobre pena de morte para crimes hediondos? A resposta é simples: eles não se lixam para a vontade do povo, só querem utilizá-lo para para seu próprio interesse. Querem a legitimação. O povo para eles não é fim. O povo é apenas o meio.

A boa democracia deve permitir o debate sobre todos os assuntos, mas não pode permitir a menor discussão sobre a existência ou não dos seus pilares: o congresso, a justiça, a liberdade de imprensa, a propriedade privada e a alternância de poder.

Tá muito difíclil, Lula? Ou quer que eu desenhe?


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Tucano ou Jumento?

O PSDB é uma piada no mundo político. É de não acreditar como uma agremiação que possui mais de 40 milhões de votos seja tão amadora quando o assunto é fazer política.

A "negociação" da CMPF é um fato de valor histórico. Os tucanos-jumentos do PSDB vão à mesa, sentar-se com seus detratores contumazes para decidir se dão de bandeja mais de 160 bilhões de reais ao seu algoz. É um evento inimaginável.

Nunca na história desse país se arrecadou tanto em impostos, ou seja, nunca o estado brasileiro usurpou tanto a sociedade. É tanto dinheiro que Lula vai fechar os oito anos com 300mil contratados; sobra tanto recurso que o imperador está torrando dinheiro numa TV que ninguém vai ver; é tanto dinheiro que Lula perdoou dívidas de outros países.

Fico aqui a pensar o que pode fazer com que os jumentos aceitem conversar num momento destes. Imaginem se fosse o contrário. Vou além: imaginem que num governo tucano o Brasil estivesse em guerra. Vocês acham que o PT aceitaria dar uns trocados para o PSDB? Não existe a menor possibilidade, o PT sempre foi do quanto pior melhor. Todo dia Luis XIII fala da herança maldita que recebeu dos tucanos -herança esta composta por 5 anos de CPMF. Agora quer os votos dos malditos? Que vá pro inferno! Quer dinheiro? Mobilize sua base, explique para a sociedade a necessidade da gastança.

Se eu fosse o presidente do PSDB, diria em alto e bom som para esses vagabundos: "o senhor é um fanfarrão, presidente. Um gastador." Caso o imperador esteja achado ruim, que peça pra sair.